Segunda-Feira Negra De 1987

A segunda-feira negra também é conhecido como o crash de 1987, pela magnitude das perdas. Os tombos começaram já na abertura das bolsas asiáticas e se espalharam pelo mundo. O grande destaque ficou para a variação do índice acionário norte-americano Dow Jones, que despencou 22,6% naquele dia. As origens deste crash ainda são debatidas, com diferentes teorias tentando justificar o surpreendente.A economia norte-americana passava por uma transição. Vinha de um período de forte recuperação, com crescimento rápido na passagem de 1986 para 1987, mas começava a dar sinais de crescimento mais moderado da atividade, o que acompanhava uma elevação das pressões inflacionárias. De janeiro a agosto de 1987, o índice Dow Jones acumulava expressiva valorização de 44%.As bolsas conseguiam dar sequência a um impressionante bull market que se estendia desde 1982 nos Estados Unidos. O sentimento da época se voltava à tentativa de crescimento das empresas via uma onda de aquisições. Com crescimento associado a consolidação, as companhias faziam de tudo para abocanhar rivais, se alavancando e emitindo junk bonds – títulos de dívida de elevado risco – para captar recursos.A segunda-feira começava sob a pressão vendedora do final da semana anterior, que passou a questionar a alavancagem das empresas e credibilidade de seus títulos. Ainda observava os mercados asiáticos despencarem em sua abertura, com destaque para a bolsa de Hong Kong, que repercutia a notícia de que navios militares norte-americanos haviam bombardeado uma plataforma de petróleo iraquiana no Golfo Pérsico.Somente a iminência de um conflito entre os países já comprometia o pregão, que ainda contava com a pressão vendedora advinda da semana anterior. Até aí, tudo para uma sessão de perdas consideráveis, mas nada que pudesse justificar o movimento histórico que caracterizou a Black Monday.De fato, ainda não há consenso para apontar as razões de tamanha queda. As proporções que levaram o índice Dow Jones a despencar 22,6%, para alguns, são explicadas pela utilização do chamado “program trading”. Com a popularização dos computadores pessoais, os grandes investidores institucionais passaram a utilizar o program trading, uma ferramenta de execução rápida de operações que, ao se deparar com as fortes baixas, ia acionando seguidas vendas para limitar perdas; uma espécie de stop loss sequencial.O crash de 1987 provou que, após 1929, os mercados ainda estavam expostos à possibilidade de uma quebra, de uma onda de pânico entre os investidores. Avaliando causas, contexto e consequências, a Black Monday evidencia o comportamento de manada do mercado, lembra dos perigos da exposição a ferramentas computadorizadas de negócio e deixa mais uma lição sobre os riscos da sobrevalorização dos ativos. Entre outras coisas, deixou de herança o desenvolvimento dos circuit breakers.
A segunda-feira negra também é conhecido como o crash de 1987, pela magnitude das perdas. Os tombos começaram já na abertura das bolsas asiáticas e se espalharam pelo mundo. O grande destaque ficou para a variação do índice acionário norte-americano Dow Jones, que despencou 22,6% naquele dia. As origens deste crash ainda são debatidas, com diferentes teorias tentando justificar o surpreendente.
A economia norte-americana passava por uma transição. Vinha de um período de forte recuperação, com crescimento rápido na passagem de 1986 para 1987, mas começava a dar sinais de crescimento mais moderado da atividade, o que acompanhava uma elevação das pressões inflacionárias. De janeiro a agosto de 1987, o índice Dow Jones acumulava expressiva valorização de 44%.
As bolsas conseguiam dar sequência a um impressionante bull market que se estendia desde 1982 nos Estados Unidos. O sentimento da época se voltava à tentativa de crescimento das empresas via uma onda de aquisições. Com crescimento associado a consolidação, as companhias faziam de tudo para abocanhar rivais, se alavancando e emitindo junk bonds – títulos de dívida de elevado risco – para captar recursos.
A segunda-feira começava sob a pressão vendedora do final da semana anterior, que passou a questionar a alavancagem das empresas e credibilidade de seus títulos. Ainda observava os mercados asiáticos despencarem em sua abertura, com destaque para a bolsa de Hong Kong, que repercutia a notícia de que navios militares norte-americanos haviam bombardeado uma plataforma de petróleo iraquiana no Golfo Pérsico.
Somente a iminência de um conflito entre os países já comprometia o pregão, que ainda contava com a pressão vendedora advinda da semana anterior. Até aí, tudo para uma sessão de perdas consideráveis, mas nada que pudesse justificar o movimento histórico que caracterizou a Black Monday.
De fato, ainda não há consenso para apontar as razões de tamanha queda. As proporções que levaram o índice Dow Jones a despencar 22,6%, para alguns, são explicadas pela utilização do chamado “program trading”.
Com a popularização dos computadores pessoais, os grandes investidores institucionais passaram a utilizar o program trading, uma ferramenta de execução rápida de operações que, ao se deparar com as fortes baixas, ia acionando seguidas vendas para limitar perdas; uma espécie de stop loss sequencial.
O crash de 1987 provou que, após 1929, os mercados ainda estavam expostos à possibilidade de uma quebra, de uma onda de pânico entre os investidores. Avaliando causas, contexto e consequências, a Black Monday evidencia o comportamento de manada do mercado, lembra dos perigos da exposição a ferramentas computadorizadas de negócio e deixa mais uma lição sobre os riscos da sobrevalorização dos ativos. Entre outras coisas, deixou de herança o desenvolvimento dos circuit breakers.