Dois Acontecimentos Inusitados Nos Mercados Em 2020

“Coisas que nunca aconteceram antes acontecem o tempo todo”. A frase do professor de Stanford Scott Sagan ganhou notoriedade neste ano de 2020, que mais parece ter saído de um roteiro de ficção científica. Com a crise provocada pela pandemia do coronavírus, os mercados passaram por eventos incomuns, inesperados e alguns beirando o bizarro, que viraram o “novo normal” ao longo de 2020.Foi um ano em que nenhum investidor teve sossego. Os mais arrojados chegaram a sofrer perdas de mais de 30% na bolsa, com direito a seis circuit breakers em um único mês. Mas a recuperação das ações também aconteceu em velocidade nunca vista, graças ao anabolizante dos estímulos dos governos.A vida do investidor conservador também não foi tranquila. Quem recorreu à segurança do Tesouro Selic viu o rendimento minguar com a queda dos juros para a mínima histórica de 2% ao ano. E isso nem foi o pior. Em setembro, o investimento considerado mais seguro do mercado amargou retorno negativo. Conheça os 2 acontecimentos mais incomuns que vimos em 2020: 1.O petróleo abaixo de zero — abril de 2020O ano de 2020 será lembrado como aquele em que os investidores pagaram para alguém ficar com seus barris de petróleo. Sim, a commodity desafiou as leis do mercado e conseguiu fechar em queda de mais de 100%.A pandemia do coronavírus derrubou as cotações internacionais do petróleo em março com a expectativa de queda da demanda com a paralisação da economia global. A esse fator se somou um desentendimento entre Arábia Saudita e Rússia sobre os níveis de produção, o que levou a uma sobreoferta da commodity.Mas o que aconteceu no mês de abril foi ainda mais inusitado. O contrato do petróleo tipo WTI desabou para US$ -37,63 o barril (isso mesmo, MENOS 37 dólares e 63 cents) na véspera do vencimento.Os contratos contavam com entrega física, mas com o excesso de oferta simplesmente não havia onde armazenar petróleo. Por isso, os compradores tiveram de pagar para que alguém se dispusesse a receber o produto no lugar deles.2.Tesouro Selic negativo — setembro de 2020Nem mesmo o dinheiro da reserva de emergência escapou de 2020. Quem ainda não acreditava no caráter inusitado de 2020 nos mercados, teve de se render em setembro, quando o Tesouro Selic registrou rentabilidade negativa.O título público com rendimento equivalente ao da taxa básica de juros é considerado o investimento mais seguro do mercado. Mas não escapou da onda de desconfiança dos investidores com a trajetória fiscal brasileira, diante do forte aumento das despesas durante a pandemia e o risco da derrubada do teto de gastos.Em outras palavras, o mercado passou a cobrar uma taxa maior para financiar o governo brasileiro, o que fez com que o preço dos títulos caísse, afetando a rentabilidade. Foi no meio dessa confusão que o Tesouro Selic e os fundos DI que investem nesses papéis registraram retorno negativo, algo que não aconteceu nem mesmo durante a crise financeira de 2008.
“Coisas que nunca aconteceram antes acontecem o tempo todo”. A frase do professor de Stanford Scott Sagan ganhou notoriedade neste ano de 2020, que mais parece ter saído de um roteiro de ficção científica. Com a crise provocada pela pandemia do coronavírus, os mercados passaram por eventos incomuns, inesperados e alguns beirando o bizarro, que viraram o “novo normal” ao longo de 2020.
Foi um ano em que nenhum investidor teve sossego. Os mais arrojados chegaram a sofrer perdas de mais de 30% na bolsa, com direito a seis circuit breakers em um único mês. Mas a recuperação das ações também aconteceu em velocidade nunca vista, graças ao anabolizante dos estímulos dos governos.
A vida do investidor conservador também não foi tranquila. Quem recorreu à segurança do Tesouro Selic viu o rendimento minguar com a queda dos juros para a mínima histórica de 2% ao ano. E isso nem foi o pior. Em setembro, o investimento considerado mais seguro do mercado amargou retorno negativo. Conheça os 2 acontecimentos mais incomuns que vimos em 2020:
1.O petróleo abaixo de zero — abril de 2020
O ano de 2020 será lembrado como aquele em que os investidores pagaram para alguém ficar com seus barris de petróleo. Sim, a commodity desafiou as leis do mercado e conseguiu fechar em queda de mais de 100%.
A pandemia do coronavírus derrubou as cotações internacionais do petróleo em março com a expectativa de queda da demanda com a paralisação da economia global. A esse fator se somou um desentendimento entre Arábia Saudita e Rússia sobre os níveis de produção, o que levou a uma sobreoferta da commodity.
Mas o que aconteceu no mês de abril foi ainda mais inusitado. O contrato do petróleo tipo WTI desabou para US$ -37,63 o barril (isso mesmo, MENOS 37 dólares e 63 cents) na véspera do vencimento.
Os contratos contavam com entrega física, mas com o excesso de oferta simplesmente não havia onde armazenar petróleo. Por isso, os compradores tiveram de pagar para que alguém se dispusesse a receber o produto no lugar deles.
2.Tesouro Selic negativo — setembro de 2020
Nem mesmo o dinheiro da reserva de emergência escapou de 2020. Quem ainda não acreditava no caráter inusitado de 2020 nos mercados, teve de se render em setembro, quando o Tesouro Selic registrou rentabilidade negativa.
O título público com rendimento equivalente ao da taxa básica de juros é considerado o investimento mais seguro do mercado. Mas não escapou da onda de desconfiança dos investidores com a trajetória fiscal brasileira, diante do forte aumento das despesas durante a pandemia e o risco da derrubada do teto de gastos.
Em outras palavras, o mercado passou a cobrar uma taxa maior para financiar o governo brasileiro, o que fez com que o preço dos títulos caísse, afetando a rentabilidade. Foi no meio dessa confusão que o Tesouro Selic e os fundos DI que investem nesses papéis registraram retorno negativo, algo que não aconteceu nem mesmo durante a crise financeira de 2008.